Produção de grãos tem queda de mais de 40% no Estado

data-filename="retriever" style="width: 100%;">Foto: Pedro Piegas/arquivo

Os principais grãos de culturas de verão registrarão uma perda que chega a 41,9% na produção média do Rio Grande do Sul, ficando em 19,5 milhões de toneladas, em comparação com a estimativa inicial, que era de 33,6 milhões de toneladas. É o que aponta a Estimativa Final da Safra dos Grãos de Verão 2021/2022, da Emater/RS-Ascar, divulgada na manhã de ontem na Expodireto Cotrijal, em Não-Me-Toque. O levantamento foi realizado entre 16 e 28 de fevereiro.

Já ao ser levada em consideração a safra passada, quando foram colhidas 33,1 milhões de toneladas, a queda deve de 41,1% (veja no quadro). Isso tudo em um contexto em que a área plantada aumentou 2,8% na safra atual, chegando a 8,1 milhões de hectares nas culturas de verão.

- A Emater divulga médias estaduais e, em função disso, naturalmente elas poderão diferir muito dos números individuais de cada município ou de cada propriedade - explica o diretor técnico da Emater/RS, Alencar Rugeri.

Além disso, ele ressalta que essa média leva e consideração a produção total do Estado, desde áreas mais atingidas até áreas pouco atingidas pela estiagem, que afeta as diferentes culturas, em função de diversos fatores, que são muito variáveis entre as regiões e mesmo dentro dos municípios.

De acordo com a Emater, os valores apresentados sobre a soja e o milho são o resultado de uma amostragem em mais de 400 municípios, obtidos pela capilaridade que temos em atender todo o Estado.

- Nossos números são baseados no volume de informações coletadas, mais de 90% dos municípios que cultivam soja e milho - complementa Rugeri.

Na região de Santa Maria, também já são percebidas perdas neste início de colheita de soja.

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- Na soja, o que está sendo colhido agora, que está sendo visto, tem se colhido abaixo dos 18 sacos por hectare na soja. A média normal, com a Emater usando a estimativa de 10 anos, na região, claro que muda entre municípios, é 55 sacos que a gente trabalha de soja inicialmente. As perdas, hoje, superaram 55% na região como um todo. Há municípios importantes na produção, que concentram áreas muito grandes, como Tupanciretã e Júlio de Castilhos, as perdas são superiores a 60% - explica Francisco Antonio Palermo, supervisor regional da Emater.

Em relação às lavouras de arroz, embora há determinadas que tenham sido ido comprometidas por falta de chuvas, as perdas, no momento, representam por volta de 15%, com determinadas áreas com produtividade acima do esperado.

CHUVAS

Mesmo com perdas em lavouras de milho e soja, consideradas consolidadas e irreversíveis, as chuvas mais expressivas desde o dia 15 de fevereiro, abrangendo toda a região, proporcionam benefícios para as culturas de soja plantadas mais tardiamente ou de ciclo mais longo que estão em fase de floração ou enchimento de grãos.

Precipitações que contribuem também para as plantações mais recentes do milho e do milho safrinha, com produtores aproveitando a umidade do solo para o desenvolvimento do grão.

De acordo com o supervisor regional da Emater, nos últimos 10 dias choveu acima de 100 mm em vários municípios da região central do estado. Em Santa Maria, por exemplo, foram 150 mm; em Cacequi, 157mm; e em Formigueiro, 118 mm.

As precipitações contribuem também para uma maior qualidade, evitando as perdas de grãos na colheita de soja (com cerca de 10% da lavoura colhida) e de arroz que inicia. Problemas podem ser ocasionados caso a chuva seja excessiva e se a lavoura está pronta para a colheita.

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